sábado, 20 de junho de 2009

Diálogos do tempo

Ah, menina. Cismou em possuir um turbilhão de querer e não-querer simultâneos... Sorte seria ela não querer cruzar o olhar de alguém, cegar o pensamento e fazer batucada no coração. Sorte seria ela acreditar no boato de que não mais amaria, de que não mais saberia identificar um equilíbrio distante de toda aquela confusão.

Naqueles dias ela não queria ser de mais ninguém. Pensava até sem o próprio consentimento. Mas aí foi "bye, bye"; não deu tempo nem de dizer tudo o que queria. Tantos falaram tanto que de tanto escutar, ficou muda de pensamento. Agora ela só quer ouvir o rádio, a vitrola, o gravador.

Se ela preferiu ficar sozinha, um dia, quem sabe, terá outro alguém. Até sentiu saudades. Já era tarde pra voltar. Foram noites em que ela não chegou, filmes que ela não viu.
Mas sempre lembrará de tudo o que sentiu. DA AURORA ATÉ O LUAR. Guardará num cantinho escondido; num lugar pro coração pousar...

A dor foi dela por um dia ou dois, daí em diante: Acabou chorare, ficou tudo lindo! Talvez pelo um buraquinho, invadiu a casa, acordou-a na cama. Tomou o seu coração e sentou na sua mão.
Porque não deixar tudo se bagunçar outra vez?

Restam lições... resta um querer bem.

-Anotou tudo, mão? Perguntou o tempo.
-Estamos conversados então.

Nenhum comentário:

Postar um comentário