quarta-feira, 24 de junho de 2009

Flor de Cactus




(Para D. Penha - minha vó)
Hoje eu não tava pra ninguém. Não tava pra Pitágoras, pra Galileu, nem pra Newton. Não tava pra Maria, nem pra José. Não tava pra piadas sem nexo, pra sorrisos e abraços amorosos. Eu hoje eu tava mesmo era com vontade de ser Hamelin.
Procurei refúgio naquele lugar que sempre fora meu porto seguro. Fiz o que há muito não fazia. Me saciei do que há muito não me saciava.
Te encontrei lá e me senti segura como quando eu corria pra debaixo das suas cobertas nas noites de pesadelo e ficava bem só em sentir teus cabelos macios nas minhas mãos trêmulas.
Não me importei em te esperar naquela sala vazia, cheia de revistas velhas.
É que ouvir as suas queixas; suas novidades. Te contar os meus desejos; meus segredos... me fez bem.
Ver o teu sorriso e ouvir uma gargalhada perturbadora totalmente inesperada ao ver todos aqueles ovos recém-quebrados, me fez sentir saudade de mim, saudade de nós. Saudade aprender sobre as flores. Vontade de ouvir Elymar Santos, Roberto Carlos, Gal Costa... “Aaai iôiô!”. Vontade de ser mais eu, vontade de ser mais você. De ter mais você!
Hoje vou dormir mais feliz, vou com o teu beijo fraternal.

sábado, 20 de junho de 2009

Diálogos do tempo

Ah, menina. Cismou em possuir um turbilhão de querer e não-querer simultâneos... Sorte seria ela não querer cruzar o olhar de alguém, cegar o pensamento e fazer batucada no coração. Sorte seria ela acreditar no boato de que não mais amaria, de que não mais saberia identificar um equilíbrio distante de toda aquela confusão.

Naqueles dias ela não queria ser de mais ninguém. Pensava até sem o próprio consentimento. Mas aí foi "bye, bye"; não deu tempo nem de dizer tudo o que queria. Tantos falaram tanto que de tanto escutar, ficou muda de pensamento. Agora ela só quer ouvir o rádio, a vitrola, o gravador.

Se ela preferiu ficar sozinha, um dia, quem sabe, terá outro alguém. Até sentiu saudades. Já era tarde pra voltar. Foram noites em que ela não chegou, filmes que ela não viu.
Mas sempre lembrará de tudo o que sentiu. DA AURORA ATÉ O LUAR. Guardará num cantinho escondido; num lugar pro coração pousar...

A dor foi dela por um dia ou dois, daí em diante: Acabou chorare, ficou tudo lindo! Talvez pelo um buraquinho, invadiu a casa, acordou-a na cama. Tomou o seu coração e sentou na sua mão.
Porque não deixar tudo se bagunçar outra vez?

Restam lições... resta um querer bem.

-Anotou tudo, mão? Perguntou o tempo.
-Estamos conversados então.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Resgate de uma lembrança


Existem coisas na vida que deixamos passar... Seja por medo, por orgulho, ou seiláoquê. Daí, nos tornamos fechados, misteriosos, e até mesmo pretensiosos... ‘porque as vezes insistimos em fugir de coisas tão bestas?’ Senhor, piedade!
De onde viriam as maiores certezas senão dos erros?
...

Burra! Porque deixou passar tanto tempo?
Em que curva me perdi de você? Esse clichê não mais importa.
...

E minhas lembranças, onde estão?
Dentre um espirro e outro, encontrei a sua, ainda sem resposta. Ainda sem sentido.
Sentada novamente nos azulejos frios, senti os mesmos disparos, mas dessa vez não estava com medo de terminá-la e abrir a porta para encarar todo o resto.
Dessa vez fui mais certa de você, dessa vez estou mais certa de mim.
Anjo? Besteira sua.
‘De que estrelas caímos aqui um para o outro?’ Não sabia responder... ou talvez não quisesse saber... Bobagem minha!
Os olhos? Besteira sua.
Tinha medo de deixar que eles cruzassem os teus. Bobagem minha!
Eles ainda estão aqui. Meus. Mais de perto: de outro alguém.
...

Tanta coisa me vem à cabeça... demorei tanto para encorajar meus dedos que me perdi de ti. Agora, sem medo, e com esperança, cumpro um dever de quem quer bem.
...

Eu hoje vou mais feliz, vou mais certa de que alguém ainda espera ansiosamente por respostas minhas.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Novo(a)s

Cada amor tem uma cor. Cada beijo tem uma cor. Cor de caramelo doce.
Cor de arco-íris, assim como a alma – colorida; multicolor.


Mais uma dose! Por favor...